[05] Sawamura Shie

O dia começou cedo para Sawamura Shie hoje. Agindo como um mercenário para os chefes do sub-mundo da cidade, logo às 6 da manhã recebera um telefonema de um dos grandes, dizendo que conseguiu um trato com a Yakuza para eliminar a concorrência no centro da cidade. E que ele estaria responsável por desovar o cadáver logo após feito o serviço. Por isso, sua manhã se resumiu a fazer contatos e estudar locais de desova junto de alguns membros da máfia japonesa. Até agora a sua manhã estava bem cheia, e até chata, e o almoço se aproximava...
No fim, os dois melhores locais de desova que ele encontrou foram o Porto de Tóquio, no qual um conhecido que lhe devia um favor isolaria uma área só para isso, ou numa casa de festas em Ikebukuro, chefiada por uma outra facção da Yakuza, no qual eles derreteriam o corpo com químicos. Em ambas opções, Shie é que iria fazer o trabalho duro. E ele tinha de enviar uma confirmação para seu mandante logo, pois tinha de iniciar as preparações.

[Escolha]
[Ikebukuro / Porto de Tóquio]

Os rapazes logo trataram de sair para atender ao pedido de Shie. Já haviam trabalhado com ele antes e bem, não fazer as coisas que ele pedia sempre dava em besteira. Não que ele fizesse algo diretamente contra eles, mas seu poder de persuasão era fantástico. Por fim, ele tinha vinte minutos até a volta dos rapazes, e seria realmente uma boa comer um pouco, já que estava desde manhã cedo para lá e para cá incansavelmente.
Ele também não pode deixar de notar a estrutura do prédio... Abandonado por estar muito danificado, mas ao mesmo tempo, cheio de coisas como móveis destroçados, queimados, ou coisas assim... Um dos prédios cuja a estrutura resistiu ao Choushinsei, mas apenas a estrutura também... Sim, algo triste. Aquele local era bem triste, além de carregar um clima bem pesado. Não que ele notasse para essas coisas, afinal, o que já tinha de ruim para acontecer com Shie já havia acontecido, logo...
Mas algo lhe incomodava nesse lugar. Ele não sabia se era a fome, ou se era alguma coisa a mais. Era como se ele estivesse sendo observado. Poderia ficar ali e investigar um pouco mais do prédio, mas poderia simplesmente ir até a saída e de lá, a alguma lanchonete ali perto. Não é como se eles realmente fossem chegar em exatos vinte minutos...

[Escolha]
[Comer / Investigar]

Ele decidiu investigar o prédio. Começou a andar pelos andares, vendo vários móveis queimados, as vezes pela metade, bonecas queimadas, algumas fotos também... Um verdadeiro cenário de filme de terror. E a sensação de estar sendo observado apenas aumentava, ao mesmo tempo que um mal-estar se propagava. E a coisa começava a se tornar interessante: ele começou a ouvir passos e ruídos. Talvez fosse paranóia, ou não... Ele sabia que não era disso.
Até que, em uma virada brusca, Shie notou um vulto. Não tão distante, mas que logo tratou de se distanciar em alta velocidade para sair da visão do rapaz.

[Escolha]
[Dar o fora daqui / Investigar]

Optou por seguir o seu perseguidor. Ele caminhava calmamente, sem medo e sem precipitações, iria tentar persuadi-lo e envolvê-lo em um diálogo. Uma escolha inteligente, visto que Shie já tinha ficado especialista nesse tipo de coisa: por ter o corpo extremamente frágil, acabou por desenvolver sua comunicação, se tornando um mestre da lábia.
Ele seguia pelos corredores, enquanto escutava os passos desesperados de seu perseguidor, até que chegou num ponto onde não era mais possível escutar... Podia-se ouvir alguns ruídos, mas nada exatamente relevante... Shie acabou se vendo numa encruzilhada; ok, não exatamente uma encruzilhada, mas acabou chegando num corredor onde haviam apenas duas portas. Ele não sabia por onde o perseguidor poderia ter ido, então teria de ir na sorte...

[Escolha]
[Esquerda / Direita]

E ele foi para o caminho da direita. Aos poucos, Shie podia perceber que as paredes pareciam se espreitar. O clima parecia estar ficando cada vez mais pesado, e quanto mais adentrava, mais distante da luz ele aparentava estar. Era como se todo o sofrimento daquelas pessoas estivesse acumulados naquele corredor, que simplesmente parecia não dar em lugar algum. Ele sentia isso, mas, para o rapaz, havia coisas mais importantes para se preocupar, como a sua reputação e vida, ou melhor, o fato de ele simplesmente não conseguir mais distinguir de onde tinha vindo. Shie estava completamente cercado pela escuridão, como se simplesmente não tivesse vindo de lugar algum. Barulhos começavam a deixá-lo atento, além de uma risada aguda. Optou por continuar em frente, mesmo assim. Sabia que não tinha volta de onde estava, mas ele ainda podia estar na reta do ser. Sim, ele sabia disso, e ele sabia que estava cada vez mais perto, tão perto que podia senti-lo, tão perto que...

-- Ouch! MEU PÉ! -- a risada simplesmente parou. A escuridão se dissipou e Shie sentiu que tinha pisado em algo macio... Escutou uma voz aguda vinda de baixo. -- SAI DE CIMA DE MIM, HUMANO IMUNDO!



...Afinal, o que era aquilo?

O ser se afastou subitamente, choramingando quanto ao pé, e logo começou a levitar. Encarou o rapaz, preparando duas bolas de fogo, uma azul e outra vermelha, uma em cada mão.

-- Ora, ora... Quem diria que você conseguiria achar o todo poderoso deus do novo mundo! Estive te observando, rapaz! Quem diria que nos reencontraríamos? -- ele sorriu de canto. -- Fazem o que? 3 anos? 4? Bem, não importa... hehe

O monstrinho simplesmente se soltou na primeira chance, agoniado e claramente irritado. Tratou de ignorar a pergunta do rapaz em primeiro momento, preparado para soltar um berro e aparentemente um sermão em Shie, contudo, algo chamou-lhe a atenção. Levantando o que seria suas orelhas com cautela, como se tentasse escutar algo.

-- Seus amigos chegaram, talvez não tenhamos tempo para conversa agora. -- Ele disse, já se preparando para sair. -- Não esqueça de conferir seu celular depois. Eu não devia nem estar aqui, mas estava ansioso para te ver e...

Ele virou a cara, um pouco corado. Shie, por algum motivo, começou a sentir um forte sentimento de nostalgia, mas... Nada que de fato lembrasse vinha à mente. Por fim, quase que pulando por uma janela ali perto, a criatura falou.

-- Ah, e meu nome é Impmon. Lembre-se disso, Sawamura Shie-kun. -- dito isso, Impmon pulou. Se Shie fosse olhar, veria que a criatura havia sumido. Aliás, também perceberia que estavam no sétimo andar... Por fim, só lhe restava ir ver os capangas que haviam chegado com o que era necessário.